As cirurgias oncológicas que haviam sido retomadas após iniciativa dos anestesiologistas serão suspensas novamente a partir desta sexta-feira. O prazo de 15 dias dado pela Clínica de Anestesiologia de Mossoró (CAM) para que a Prefeitura solucionasse o impasse da assinatura do contrato de serviços terminou ontem e não houve avanço, exceto pela assinatura do contrato com o Núcleo de Obstetrícia, que era um dos pontos de reivindicação dos médicos, como informa o diretor da CAM, médico Ronaldo Fixina.
Segundo ele, desde o dia nove passado, quando os anestesiologistas decidiram atender os pacientes do Centro de Oncologia e Hematologia Mossoró (COHM), até quarta-feira, 24, apenas 12 cirurgias foram realizadas, o que intriga a categoria. “A gente decidiu por conta própria abrir exceção para atender os pacientes do Centro de Oncologia tendo em vista a necessidade de cirurgias para prosseguir o tratamento. Também estávamos sendo cobrados por estar paralisados e que havia muitos pacientes esperando pelo procedimento. Nos dispusemos a atender os pacientes oncológicos, no entanto, o número de pacientes que procuraram foi bem pequeno. Não dá para entender”, diz o anestesiologista.
O diretor da CAM afirmou que na próxima segunda-feira, dia 29, vai encaminhar a minuta do contrato para a Prefeitura já pronto para assinar, no entanto, até lá, as cirurgias serão suspensas novamente no COHM enquanto o documento não for assinado pela Prefeitura de Mossoró. “Se a Prefeitura quiser agilizar o processo será bem rápido porque nós temos o total interesse em voltar, desde que tenhamos também garantia legal de que vamos receber pelo nosso trabalho”, disse.
Ronaldo Fixina alerta que após a assinatura do contrato e o retorno dos anestesiologistas ao trabalho, a cidade enfrentará um novo desafio que será encontrar Centros Cirúrgicos disponíveis para atender a demanda de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). “Mesmo que a gente queira fazer um mutirão será muito complicado porque Mossoró não dispõe de salas de centro cirúrgico suficientes. Para ter uma ideia, o Hospital Wilson Rosado tem apenas oito centros cirúrgicos. Por dia são realizadas em média 30 cirurgias de pacientes particulares e conveniados. Qual horário serão atendidos os pacientes do SUS? Já no COHM existem três centros que também atendem particular, convênio e SUS. Imagine a fila de espera?”, indaga.
Ele acrescenta que uma das sugestões seria a abertura das quatro salas que existem na Casa de Saúde Dix-sept Rosado (CSDR). “Esses centros precisam ser equipados e além disso, precisam também de profissionais para a equipe técnica e isso precisa ser feito o quanto antes, porque Mossoró não tem como permanecer com uma quantidade mínima de centros cirúrgicos. Esperamos que ao invés da Prefeitura nos criticar que agilize e resolva a situação”, destaca.
A Prefeitura de Mossoró, através da assessoria de imprensa, informou que está aguardando a entrega da minuta do contrato para iniciar a negociação imediatamente. “O prefeito Francisco José Júnior vai tratar pessoalmente dessa questão”, garantiu a assessoria.
Gazeta do Oeste
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