Primeiro ex-integrante do grupo de rock
progressivo britânico Genesis a excursionar com o legado de sua antiga banda, o
guitarrista Steve Hackett, 64, chega ao Brasil com a Genesis Expanded Tour em
março - dia 8 apresenta no Citibank Hall do Rio e dia 10 toca em São Paulo.
O Genesis, que teve ainda Phil Collins, Peter Gabriel, Tony Banks (teclados), Mike Rutherford (baixo), reinou entre 1971 e 1977. Vendeu 130 milhões de discos. Em 1997, Rutherford e Banks tentaram reformar a banda, mas sem grande repercussão. O núcleo principal reuniu-se em 2010 para aceitar a indução ao Rock and Roll Hall of Fame - mas não vão tocar juntos nunca mais porque Collins disse que já não consegue mais tocar bateria. Hackett então resolveu revisitar o repertório.
O Genesis, que teve ainda Phil Collins, Peter Gabriel, Tony Banks (teclados), Mike Rutherford (baixo), reinou entre 1971 e 1977. Vendeu 130 milhões de discos. Em 1997, Rutherford e Banks tentaram reformar a banda, mas sem grande repercussão. O núcleo principal reuniu-se em 2010 para aceitar a indução ao Rock and Roll Hall of Fame - mas não vão tocar juntos nunca mais porque Collins disse que já não consegue mais tocar bateria. Hackett então resolveu revisitar o repertório.
“Eu participei de 8 álbuns do Genesis nos
anos 1970. Tenho orgulho do som que conseguimos fazer. Tivemos uma grande
banda, uma das melhores bandas do rock naquela década. E só estivemos no Brasil
uma vez, em 1977. Tocamos no Rio, em São Paulo e acho que em Porto Alegre.
Então, eu estava ansioso por voltar. É um show com 2h30 de duração, acho que os
fãs estavam esperando há muito tempo para ouvir as músicas que fizemos naquela
época”, disse Hackett.
“Estive em São Paulo pela última vez há
10 anos, mas já tem um tempo isso. Achava também que estava na hora de voltar”,
afirmou o guitarrista. O Genesis alcançou fama internacional após John Lennon
demonstrar interesse pelo grupo, em 1973, revelou Hackett “Eu deixei o grupo em
1977 para fazer outras coisas sozinho. Há dois anos, montei esse show e já
rodamos o mundo todo e tem sido extraordinário, nós temos uma grande banda. É
algo que eu sempre quis fazer. Não há ninguém se dedicando ao repertório do
Genesis”, analisou.
Que tipo de memórias você tem daquela turnê de
1977 com o Genesis no Brasil?
Para dizer a verdade, eu fiz mais amigos
no Brasil já fora do Genesis. Um dos grandes músicos que eu conheci aí foi Ney
Matogrosso, tremendo cantor. Também trabalhei com Ritchie, o músico britânico
radicado no Brasil. Eu já era amigo dele e fizemos alguns hits juntos, como
Menina Veneno e Meantime. Também colaborei com o Roupa Nova, e muitos outros
que conheci ao longo dos anos. Encontrei também Chico Buarque.
Você é mais conhecido como guitarrista de rock
progressivo, mas é muito familiar para a música pop em geral. É muito bem
relacionado com músicos da área pop. Qual é o tipo de gênero no qual você se
sente mais à vontade?
Eu acho que minha abordagem, ao longo dos
anos, tem sido a de tocar a maior variedade de gêneros possível. É essa a
beleza da música progressiva. Trabalhei com pop, com rock e com música
clássica, muitos estilos diferentes. É o que o Genesis já fazia. Quando fomos
fazer uma excursão pelos Estados Unidos, em 1973, ouvimos John Lennon na rádio
WNEW elogiando nosso disco Selling England by The Pound. Não tínhamos sucesso,
éramos uma jovem banda tentando a sorte. Aquilo teve um impacto imenso na nossa
carreira. Eu aprendi a tocar guitarra imitando I Feel Fine nas cordas, e ouvir
aquele que era o homem da canção em pessoa nos elogiando, aquilo foi um
empurrão enorme. Creio que, mesmo que nunca tivéssemos atingido o sucesso,
aquele reconhecimento de Lennon já teria sido suficiente.
Como é sua relação com Peter Gabriel e Phil
Collins hoje em dia?
Muito boa. Nós fizemos uma compilação das canções do Genesis denominada R-Kive, que foi lançada em setembro. E há também três faixas de cada um de nós individualmente. Não é nada novo, mas foi um trabalho em conjunto, e muito legal de fazer. Também há um documentário que lançamos recentemente, Genesis: Together and Apart.
Muito boa. Nós fizemos uma compilação das canções do Genesis denominada R-Kive, que foi lançada em setembro. E há também três faixas de cada um de nós individualmente. Não é nada novo, mas foi um trabalho em conjunto, e muito legal de fazer. Também há um documentário que lançamos recentemente, Genesis: Together and Apart.
Ouvi que você odeia hip-hop, é verdade?
Não é meu tipo de música favorito. Em
minha opinião, é repetitivo e denigre a imagem da mulher, em geral. Acho que as
feministas têm se posicionado mais firmemente sobre os abusos cometidos no rap.
Acho que a música deveria ser uma proposição construtiva..
E seus músicos? Poderia falar um pouco sobre cada
um deles?
Roger King é um grande tecladista e
renomado compositor, e também foi engenheiro de som no álbum que eu acabei de
trabalhar Às vezes trabalhamos juntos, já tem mais de uma década de
colaboração. Gary O’Toole, o baterista, tocou com Chrissie Hynde e outros, como
Kylie Minogue. Nad Sylvain é a voz da banda, um vocalista de abordagem bastante
teatral e que jamais imita Phil Collins ou Peter Gabriel. E no baixo nós temos
Lee Pomeroy, que integrou o Take That e acompanhou Rick Wakeman. Trabalhamos em
Los Angeles juntos recentemente.
Entrevista - Steve Hackett, guitarrista
Jotabê Medeiros
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