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segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Alzineti di Oliveira fala sobre sua relação com a música


Segunda-feira, 26 de Janeiro de 2015
Alzineti di Oliveira canta na noite e mostra seu talento. Foto: Cedida
- Tudo começou há 37 anos… Alzineti pegou de um microfone e cantou e agradou. Desde então, a mulher que embala muitas noites dos melhores lugares da cidade não parou de cantar. Somente canta e canta e canta. Mas tudo teve um preço e tem. Hoje, Alzineti empresta sua voz ao Grupo Musical Tremendões, do qual faz parte desde 2001, quando seu esposo, Dorian Sérgio, faleceu.

A arte da música sempre foi uma área pela qual a também artesã nas horas vagas, Alzineti di Oliveira se apaixonou mais. Com uma voz invejável, e cantando o que de melhor há na MPB. “Mas hoje vejo que os espaços para quem canta a verdadeira Música Popular Brasileira estão sumindo, e dando lugar a esses ritmos de ‘sofrência’, entre outros”, fala, com certo tom de desabafo.

Com uma vivência de vários anos em barzinhos na cidade, ela fala que já pensou, algumas vezes, em deixar a música, mas o amor, a paixão à área a faz continuar. “Tenho um CD em fase de conclusão, pelo qual nutro grande carinho e com o qual me realizei. É um trabalho com várias músicas importantes e de grandes compositores. Tudo feito com apuro e com permissão das gravadoras”, diz, explicando que o título do CD Vida sempre Vida é um tributo à alegria de viver e às pessoas que passaram e ajudaram sua existência.

Sentada numa das cadeiras da Praça da Convivência, local onde a reportagem e a própria cantora escolheram para bater um papo sem grandes pretensões, Alzineti olha o horizonte e se lembra do dia em que o lugar foi inaugurado. “Fui uma das primeiras cantoras a se apresentar aqui… Este lugar foi muito importante na vida de algumas pessoas que se iniciaram, recentemente, na música”, destaca, explicando que o espaço sofre, hoje, de uma carência de mais apresentações musicais.

Atualmente, Alzineti revela que está complicado se apresentar nos barzinhos. “Os ritmos mudaram muito e eu me nego a cantar certas coisas… Acho que o público também não merece isso. Hoje, a Praça da Convivência, por exemplo, não está tendo um cuidado maior com os artistas. Assim que começaram, havia mais cuidado da Prefeitura e dos comerciantes. Hoje, não vejo muito isso. Aliás, de uns três para cá, a assistência acabou. Cantei em 27 de agosto aqui, uma quinta-feira, do ano passado. E faltou muito assistência ao nosso grupo”, diz.

Ela é enfática ao dizer que muitos ambientes, no entanto, oferecem estrutura para os músicos. “No Cândidu’s, por exemplo, temos grande assistência… O músico precisa disso, até porque são três horas de palco e cansaço”, diz, se considerando um tanto “decepcionada com a área da música”. “Sou muito grata às pessoas que gostam do meu trabalho e, por elas, estou lutando para terminar meu CD. Quero mostrar meu trabalho, mas que a continuidade disso não é garantida. Lançarei por um extremo compromisso de honra com meu público. E acabou!”, fala um tanto indignada.

Para a cantora, esse é um momento de grande reflexão, principalmente para o pessoal que canta. “É preciso trazer mais qualidade para os espaços. Cantar por um dinheiro assim não me deixará rica. Se não fiquei até agora, seria que ficaria com isso?”, diz, sorrindo, não deixando cair o bom humor…

‘É preciso mais apoio dos poderes públicos’

Falta apoio dos poderes públicos? Alzineti diz que sim. Projetos como o Corredor Cultural e outras apresentações musicais que existiam, nos finais de semana, na cidade, principalmente na Avenida Rio Branco, pararam. “Hoje estou um pouco distante dos palcos, porque tenho uma pessoa minha, minha mãe, um pouco doente, mas me apresento pelos Tremendões, onde estou desde 2001”, salienta.

Sobre a vida do músico local, este verdadeiro herói da noite, que resiste entre pedidos desconcertantes e outros que sequer estão no repertório, Alzi, como é conhecida entre os amigos mais íntimos, diz que na noite a concorrência ainda é um tanto desleal. “Não quero usar outros termos, mas saliento que é preciso mais união de todos os músicos. Quando, há alguns anos, alguma nova cantora começava, eu mesma fazia questão de chamá-la ao lugar em que eu iria cantar para lhe dar uma oportunidade. Era uma forma de ajudar a uma amiga que estava iniciando a carreira. Fiz muito isso, nestes 37 anos de estrada e não me arrependo nem digo isso para me envaidecer, em momento algum”, comenta.

O apoio, segundo ela, dos poderes públicos ainda é pouco. “Existe grande dificuldade em apoiar as iniciativas musicais. Mas a cidade, em si, apoia e há até um evento, feito quase mensalmente, o Câmara Cultural, um projeto interessante que tem atraído o público. Se um projeto como esse continuar, durante o ano todo, o público chega, é apenas aparecer uma novidade. No entanto, é preciso mais apoio, patrocínio. Falo nesse sentido, não na questão do povo. O povo vem, o povo confere, prestigia. A música me deu tudo e não me imagino sem a música, porém, infelizmente, a gente tem que ter foco em outras coisas. Mas não vou parar. Vou insistir, terminar meu CD e tirar essa responsabilidade da minha mente”, destaca.

Com as mãos sobre a mesa e um perfume marcante, a cantora sorri ao olhar dois ou três amigos que passam e lhe saúdam. Em poucos momentos de entrevista, a cantora com mais de três décadas de estrada, é um nome e tanto da música local e uma voz sempre inesquecível para quem sabe que a música é algo que vai além de um ritmo dançante, algo que faz com que alma pense, com o que a mente voe… “Já cantei em situações complicadas, mas nunca me faltou alma para cantar”, finaliza…

Contatos para shows: 84 -8800-7253
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