- O juiz Sergio Moro, da 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba,
rejeitou nesta segunda-feira uma série de pedidos apresentados pela
defesa dos empreiteiros da OAS presos na Operação Lava Jato e confirmou a
legalidade das escutas telefônicas que tornaram público o escândalo do
petrolão. Nos últimos dias, a OAS montou uma verdadeira “operação
mãos-sujas” contra Moro, acusando o magistrado de imparcialidade e
colocando em xeque provas comomonitoramento de mensagens, envios de movimentações financeiras suspeitas e até a própria delação premiada do doleiro Alberto Youssef.
A investida contra o juiz que conduz de forma implacável os processos
da Lava Jato é uma das principais estratégias das construtoras desde
novembro, quando os executivos de grandes empreiteiras foram colocados
atrás das grades.
Ao analisar os pedidos dos advogados, Sergio Moro resumiu as
queixas do Clube do Bilhão a um “excesso retórico” e a teses “puramente
especulativas” para tentar invalidar as investigações do maior escândalo
de corrupção da história do país. Diante da tentativa da OAS de anular a
colaboração premiada de Alberto Youssef, Moro disse que o acordo foi
celebrado de forma espontânea pelo doleiro e destacou que coube ao
Supremo Tribunal Federal (STF), e não a ele próprio, homologar as
revelações do delator. Em uma tentativa extrema de desqualificar o juiz,
as empreiteiras chegaram a acusar o magistrado de ter pressionadoYoussef a
contar detalhes do esquema criminoso e pediram a anulação da
colaboração do doleiro por ter poder ter, no futuro, um abatimento de
multa caso indique o destino do dinheiro desviado no petrolão.
“O referido acusado [Youssef], voluntariamente, decidiu colaborar com
a Justiça Criminal a fim de obter benefícios de redução de penas em
eventuais condenações. O procedimento tomado foi legal, não havendo
invalidade a ser reconhecida. Ademais, ainda que assim não fosse, é de
todo óbvio que somente o próprio Alberto Youssef e seu defensor poderiam
reclamar de eventual invalidade no procedimento”, explicou.
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