- Com a metralhadora giratória verbal na ativa, com o PT como alvo, a
senadora e ex-ministra Marta Suplicy está a um passo de se filiar ao
PMDB para se lançar candidata à Prefeitura de São Paulo ano que vem.
Convites sobram de outros partidos da base e oposição ao governo. Ela
ainda não decidiu.
O convite do PMDB partiu da direção regional do partido, embora às
claras não tenha o aval do vice-presidente da República – e manda-chuva
do PMDB – Michel Temer, aliadíssimo do PT e da presidente Dilma, os
alvos figadais de Marta.
Revoltada com a atual situação do PT (em especial no noticiário
negativo e nos desmandos do governo), a ex-prefeita paulistana, ao mirar
a legenda que ajudou a fundar e ainda a acolhe, dá sinais de que a
insatisfação é apenas o passo inicial para a debandada de seu pequeno
séquito para outro partido. E que, alijada do governo Dilma, é capaz
hoje de trilhar sozinha seu caminho sem as bênçãos do PT e do
ex-presidente Lula, a quem admira e defende, conforme entrevista recente
ao Estadão.
Ex-prefeita de São Paulo não reeleita, Marta tem um significativo
potencial de votos na capital paulista, o mesmo que a levou ao Senado
Federal em 2010. Tem pouco a perder: seu mandato eletivo na Casa Alta
vai até 2019, e uma vez candidata, independentemente do partido, mesmo
que eventualmente não vença a eleição, ela mantém o nome na vitrine no
maior PIB brasileiro e no mais importante reduto eleitoral do País.
Mas uma recente movimentação política na capital, que envolve
especialmente o PMDB, pode ser um entrave num eventual projeto de Marta
se filiar ao PMDB e se candidatar. Gabriel Chalita, o quadro mais
provável do PMDB para uma candidatura municipal, aliou-se ao prefeito
Fernando Haddad (PT) como secretário de Educação. Os sinais são claros: É
incoerente um secretário recém-empossado e a um ano da eleição se
lançar contra o atual prefeito. O próximo ano pode evidenciar outro
pré-acordo: Chalita é potencial candidato a vice na chapa de reeleição
de Haddad, o que, obviamente, inviabilizaria uma candidatura de Marta.
Os próximos meses mostrarão quando Marta vai se desarmar, parar de
atirar e concentrar-se num projeto político pessoal, independentemente
do partido que escolher. Sua saída do PT é considerada inevitável por
suas recentes declarações.
Procurada através de sua assessoria, Marta não se pronunciou.
Correio do Brasil
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