- O PSDB começará a nova legislatura no Congresso Nacional
mirando a criação de quatro comissões parlamentares de inquérito (CPIs).
O foco serão Petrobras, setor elétrico, fundos de pensão e bancos
públicos. Na avaliação de lideranças do PSDB e do presidente do partido, senador Aécio Neves,
2015 será um ano de dificuldades para o governo federal. Segundo Aécio,
essas dificuldades se devem, em parte, à frustração gerada após tantas
expectativas positivas apresentadas pela presidenta Dilma Rousseff
durante a campanha eleitoral.
– A cada dia que passa se comprova que nossos alertas [feitos durante
a campanha eleitoral] eram os alertas corretos. A presidenta da
República não permitiu que o Brasil debatesse, durante a campanha,
medidas para a superação da crise. Vendeu um país da fantasia, do conto
da carochinha, no qual o Brasil crescia com pleno emprego e não havia
necessidade de qualquer ajuste. Hoje, o custo dos ajustes é muito mais
alto pela irresponsabilidade do governo, que não tomou, no momento que
deveria ter tomado, as providências necessárias para conter esses
equívocos – disse nesta sexta-feira o presidente do PSDB e
ex-candidato à Presidência da República, senador Aécio Neves (MG), ao
chegar à reunião da bancada do partido, no hotel Royal Tulip, em
Brasília.
Opinião similar tem o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes (SP).
– Será um ano de grande confusão, tanto no âmbito político como no
social para a presidenta Dilma Rousseff, que está cercada de más
notícias – disse ele. Nunes defendeu a criação de CPIs no Congresso
Nacional, “não para pressionar o governo federal, mas para colaborar com
os órgãos que já estão investigando esses problemas”, disse ele,
referindo-se ao Ministério Público, à Polícia Federal e ao Tribunal de
Contas da União. CPIs dão repercussão política, com pessoas falando para
esclarecer fatos, acrescentou.
Tanto Aécio Neves quanto o líder do PSDB na Câmara, deputado Antônio
Imbassahy (BA), defenderam a instalação de CPIs sobre os escândalos
envolvendo a Petrobras, o setor elétrico, os fundos de pensão e bancos
públicos.
– Devemos centrar fileiras para, imediatamente, colher as assinaturas
necessárias para a recriação da CPMI da Petrobras, além de outras que
estão sendo cogitadas. Temos a responsabilidade, enquanto fiscalizadores
do Executivo, de avançar nessas investigações – disse Aécio Neves.
– Temos informações de que os bancos públicos têm sido usados para
privilegiar grupos amigos. Já o setor elétrico tem de ser investigado
porque, além da crise e da desorganização, teve [a presidenta] Dilma
Rousseff como autoridade – reforçou Imbassahy.
Os parlamentares manifestaram apoio às candidaturas de Júlio Delgado
(PSB-MG) para a presidência da Câmara, e de Luiz Henrique (PMDB-SC) para
a presidência do Senado.
– O caminho natural do PSDB é fortalecer a candidatura do deputado
Júlio Delgado, que a meu ver é a candidatura com melhores condições de
garantir a independência fundamental que a Câmara dos Deputados não teve
nos últimos anos. No Senado não é diferente. A candidatura de Luiz
Henrique atende a essa mesma aspiração: que nós não tenhamos um
Legislativo acuado, submisso e, principalmente, submetido às vontades e
orientações do Palácio do Planalto – disse Aécio Neves.
“Os presidentes das duas casas precisam de responsabilidade e de
apoio político e social. O Luiz Henrique é um candidato com longa
tradição democrática dentro do PMDB. É equilibrado, e não fará uma
gestão nem de oposição nem de situação”, justificou Nunes. Para
Imbassahy, o apoio a Júlio Delgado confirma a parceria que já vem sendo
formada entre PSB e PSDB.
– Temos no PSB uma parceria importante, e a maioria deles [deputados]
quer formar conosco um bloco de oposição – disse o líder tucano na
Câmara.
Correio do Brasil
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