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domingo, 25 de janeiro de 2015

Cadastro de doadores de medula cresce em Mossoró


Domingo, 25 de Janeiro de 2015
Apenas uma amostra de sangue é retirada no primeiro momento. Foto: Ednilto Neves
- O cadastro é simples e rápido, assim como a retirada de uma pequena amostra de 5ml de sangue e pronto. É o bastante para a pessoa estar inserida no Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea. O ofício da reportagem, muitas vezes, proporciona a quem escreve, ser personagem da história que vai contar. Enquanto fazia a entrevista a repórter também era entrevistada e depois encaminhada à sala de coleta. Fazer parte do processo foi fundamental para mostrar que se tornar um possível doador é muito mais fácil do que a maioria das pessoas imagina. O transplante de medula óssea pode ser a única esperança de vida para milhares de pessoas. A disponibilidade para se tornar um candidato a doador  pode significar a cura para aqueles que esperam em tratamento.  Entre 60% e 70% dos pacientes que necessitam de um transplante de medula óssea não encontram doadores entre os familiares e precisam tomar outras providências, por isso a necessidade de se realizar o cadastro no Hemocentro.

Em Mossoró, esse cadastro é realizado no Hemocentro desde o ano de 2013 e possui hoje 319 pessoas cadastradas e que se tornaram possíveis doadores para pacientes de qualquer parte do país.

Tudo seria muito simples e fácil, se não fosse o problema da compatibilidade entre as células do doador e do receptor. A chance de encontrar uma medula compatível é, em média, de uma em cem mil, por isso são organizados os Registros de Doadores Voluntários de Medula Óssea, cuja função é cadastrar pessoas dispostas a doar. Quando um paciente necessita de transplante e não possui um doador na família, esse cadastro é consultado. Se for encontrado um doador compatível, ele será convidado a fazer a doação.

A assistente social do Hemocentro de Mossoró, Zeine Oliveira, explica que qualquer pessoa entre 18 e 55 anos com boa saúde poderá doar medula óssea. Os doadores preenchem um formulário com dados pessoais e é coletada uma amostra de sangue com 5 ml para testes. Estes testes determinam as características genéticas que são necessárias para a compatibilidade entre o doador e o paciente. Os dados pessoais e os resultados dos testes são armazenados em um sistema informatizado que realiza o cruzamento com dados dos pacientes que estão necessitando de um transplante. “Somente em caso de compatibilidade com um paciente, o doador é então chamado para exames complementares e para realizar a doação”, esclarece. A doação consiste na retirada de parte da medula do interior de ossos da bacia, por meio de punções, sob anestesia, e esta se recompõe em apenas 15 dias.

A doação é um procedimento que se faz em centro cirúrgico, sob anestesia peridural ou geral, e requer internação por um mínimo de 24 horas. Nos primeiros três dias após a doação pode haver desconforto localizado, de leve a moderado, que pode ser amenizado com o uso de analgésicos e medidas simples. Normalmente, os doadores retornam às suas atividades habituais depois da primeira semana.

Em Mossoró, o cadastro de doadores ainda é pequeno, mas vem conquistando novos candidatos a cada dia. O Serviço Social do Hemocentro tem conseguido conscientizar as pessoas que comparecem ao local para doar sangue a também participarem do cadastro de doadores de medula óssea. “Temos conseguido bastante gente através dessa conversa com os doadores de sangue. É preciso conscientizar o maior número possível de doadores porque para os pacientes que aguardam por um transplante cada dia que passa pode significar a perda de sua vida”, salienta a assistente social.

A busca pela realização do transplante tem sido demorada e acarretado algumas perdas. A burocracia a demora na realização de todos os exames já levou muitos pacientes a não resistirem e a falecer antes do procedimento. Exemplo disso ocorreu em Natal no final de semana passado, quando a demora na realização do transplante acabou levando a óbito a menina Fernanda Xavier da Silva, de 12 anos, que sofria de leucemia. A criança já havia encontrado um doador compatível, mas o transplante de medula óssea deveria ter sido realizado entre agosto e outubro do ano passado, quando ela estava pronta. Porém, a doadora pediu adiamento para resolver problemas pessoais. Em dezembro, quando decidiu fazer a doação, o estado de saúde da menina já havia piorado e o transplante não foi possível. “O processo é mesmo muito longo. São muitos exames e a doença não estaciona para que tudo seja resolvido. É uma corrida contra o tempo que começa na busca por um doador. Dessa forma é que ressaltamos sempre a importância do cadastro o quanto antes. Do outro lado pode ter uma pessoa entre a vida e a morte esperando apenas por você”, finaliza.

Caso seja identificado algum doador compatível, ele não precisa locomover-se até o local do transplante. Você irá doar sua medula no centro de transplantes mais próximo de sua casa. É a medula que vai congelada num saco como se fosse sangue. Além disso, não existe nenhum custo para o doador. Tudo é pago pelo Ministério da Saúde, pelo SUS.

A sensação de estar inscrito no cadastro de doadores é a de que parte do dever foi cumprido. A compatibilidade ser confirmada com alguém que necessita ainda é uma incógnita, mas só de saber que esse ato pode significar estar mais próximo de salvar uma vida com um gesto tão simples, já vale os cinco minutos passados sentada naquela cadeira de coleta.

Processo para se tornar um doador

- Será retirada por sua veia uma pequena quantidade de sangue (5 ml) e preenchida uma ficha com informações pessoais.
– Seu sangue será tipificado por exame de histocompatibilidade (HLA), que é um teste de laboratório para identificar suas características genéticas que podem influenciar no transplante.
– Seu tipo de HLA será incluído no cadastro. Os resultados são confidenciais e servem apenas para os fins do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME).
– Seus dados serão cruzados com os dos pacientes que precisam de transplante de medula óssea constantemente. Se você for compatível com algum paciente, outros exames de sangue serão necessários.
– Se a compatibilidade for confirmada, você será consultado para confirmar que deseja realizar a doação. Seu atual estado de saúde será avaliado.

Kalidja Sibéria
Gazeta do Oeste 
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