- A investigação para apurar os efeitos da corrupção e dos desvios de
dinheiro na Petrobras após a divulgação de informações da “Operação
Lava-Jato” pode levar até três anos e o custo este ano será em torno de
R$ 150 milhões. A informação foi divulgada pela presidenta da companhia,
Graça Foster, durante uma teleconferência, na sede da empresa, no
centro do Rio, com investidores e analistas para o detalhamento das
demonstrações contábeis do terceiro trimestre de 2014, sem o relatório
de revisão do auditor externo.
“Em empresas de porte menor ou próximo ao nosso levou em torno de dois anos. A investigação vai em várias camadas e a principal e a mais urgente de todas elas é essa da alta administração da companhia, da presidenta da companhia, dos diretores, de todos os gerentes executivos. Essa tem sido a prioridade dos escritórios que estão aqui fazendo a investigação. Há todo um trabalho de tecnologia da informação contratado por eles, que está incluído nos R$ 150 milhões no ano 2015”, esclareceu.
O percentual médio de propina citado nos depoimentos da “Lava Jato” é 3% dos contratos e, com isso, a perda estimada da companhia é R$ 4,06 bilhões. Mas, para a presidenta, novas investigações podem representar ajustes que significariam aumento nos valores. "Esse número pode crescer", disse.
Ao lado de diretores da Petrobras, Graça Foster disse que, apesar de não
ter informações sobre o futuro da operação, acredita que os dados que
estão sendo considerados pela empresa indicam que os números de projetos
que podem representar uma baixa para a companhia estão próximos da
realidade. “Eu não sei o que pode vir pela frente na ‘Lava Jato’, mas
acho que estamos com números nas mãos que representam muito dos grandes
projetos que podem dar sinal de baixa nos nossos resultados. Mas é sem
precisão, mais como conhecedora da carteira que nós temos e que estamos
trabalhando com um número bastante realista e com muitas
justificativas”, apontou.
A presidenta destacou que o trabalho para a elaboração do balanço não é trivial e, além dos auditores, a empresa mantém contato com os órgãos reguladores, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil e a Securities and Exchange Commission (SEC), correspondente da instituição nos Estados Unidos. “Estamos trabalhando desesperadamente desde o dia em que nós passamos o prazo de ter o nosso resultado auditado pela Price. É um trabalho sem parar. Não tem sábado, não tem domingo, não tem feriado. É direto. Não é trivial, não é simples, mas tem que ser feito e o prazo é cada dia menos um dia e, ao mesmo tempo, vai fazendo todo um trabalho de redefinição da Petrobras, seguindo a sua nova carteira de projetos. Esse é o trabalho que tem que ser feito e está sendo feito de uma forma intensa”, completou.
Sobre a divulgação do balanço do terceiro trimestre de 2014 na madrugada de quarta-feira (28), quando estava previsto para acontecer durante a terça-feira, Graça Foster explicou que o anúncio foi feito após o término da reunião do conselho da empresa em São Paulo. “Nós terminamos na madrugada. Não é a primeira vez que isso acontece”, disse.
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