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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Beija-Flor vence com justiça, apesar das falhas gritantes do julgamento


Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 2015
Marco Antonio Teixeira/UOL
Em um dos carnavais mais equilibrados dos últimos anos, a Beija-Flor conquistou o título perdendo apenas um décimo em relação ao total de pontos possível. Se a vitória pode ser considerada justa, por outro lado, as falhas em seu desfile não foram percebidas pelos jurados – especialmente, o imenso buraco formado em frente ao quarto módulo de julgamento e que mereceu a nota 10 da julgadora Salete Lisboa. De toda forma, a Beija-Flor se garantiu graças à força de seus quesitos. Teve alegorias e fantasias belas e suntuosas, uma boa evolução, o (sempre) forte canto da comunidade, um bom samba-enredo e o melhor casal de mestre-sala e porta-bandeira do Carnaval carioca, Claudinho e Selminha Sorriso. Polêmicas sobre patrocínio à parte, a escola de Nilópolis desfilou de forma competente e há coerência em sua vitória.

Não se discute também a presença do Salgueiro no pódio. Seu desfile foi tecnicamente perfeito e de muita beleza plástica. Apenas causou estranheza a alta pontuação de seu samba-enredo, nitidamente, um dos menos inspirados do ano. A Grande Rio, em terceiro lugar, foi a grande surpresa. A escola de Duque de Caxias realizou um desfile competente e animado, mas que disputaria vaga entre as campeãs. Unidos da Tijuca e Portela, quarta e quinta colocadas, respectivamente, fizeram apresentações mais convincentes. A Imperatriz Leopoldinense fecha o grupo das seis primeiras colocadas e ficou em uma posição justa.
A se estranhar e lamentar a ausência da São Clemente no grupo das seis primeiras colocadas, que retornarão à Sapucaí no próximo sábado para o Desfile das Campeãs. Em alguns quesitos, a escola de Botafogo foi excessivamente penalizada – especialmente em fantasias, alegorias e adereços e samba-enredo. Em vários momentos da apuração, ficou patente que o "peso da bandeira" ainda permeia muitas das avaliações dos jurados. Quem também ficou fora do Desfile das Campeãs foi a Mocidade Independente de Padre Miguel. Apesar do impacto causado pelas criações de Paulo Barros, a verde e branca foi punida pelos jurados nos quesitos mestre-sala e porta-bandeira e comissão de frente – que interagiram ao longo da passarela.

Por outro lado, no final da tabela, a justiça foi feita. A Unidos do Viradouro realizou um desfile repleto de problemas e foi rebaixada com total merecimento para a Série A, vencida, por sua vez, pela Estácio de Sá, em um resultado também bastante controvertido.

O fato é que os critérios de julgamento do carnaval carioca precisam, urgentemente, de uma revisão. Elaborados no final dos anos 80, não contemplam vários aspectos que se incorporaram à cultura das escolas de samba nas últimas décadas, além de abrir campo para a subjetividade dos jurados – que também carecem de um curso de preparação mais apurado, com mais ênfase nos critérios técnicos e blindagem em relação às pressões dos dirigentes. O curso atual, realizado na Liesa, com a presença dos representantes das escolas, pouco acrescenta para que tenhamos um julgamento melhor. A troca de mais da metade do júri, promovida para esse ano, foi inócua. Em relação a 2014, o resultado perdeu em qualidade e coerência.
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