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terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Internação do Centro de Oncologia de Mossoró pode fechar amanhã, 25


Terça-feira, 24 de Fevereiro de 2015
Pacientes podem ter que esperar ainda mais por cirurgias oncológicas, caso problema não seja resolvido – Foto Wilson Moreno
Após assinatura de contrato entre a Prefeitura e a Clínica de Anestesiologia de Mossoró (CAM), as cirurgias eletivas deveriam voltar a ser realizadas normalmente no Hospital Wilson Rosado e no Centro de Oncologia e Hematologia de Mossoró (COHM). Porém, dívidas podem fazer o COHM paralisar o serviço de internação a partir de amanhã, 25.

O diretor e oncologista do COHM, Cure Medeiros, afirma que o contrato da Prefeitura de Mossoró com o Centro de Oncologia está atrasado há oito meses. Esse atraso é referente ao pagamento dos médicos e às despesas hospitalares – cirurgias e Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Já o repasse do Estado, relativo aos procedimentos de quimioterapia e radioterapia, também está em atraso de dois meses. Dessa forma, só será possível manter o hospital até esta quarta-feira.
Para que os serviços não sejam suspensos, Cure espera que até lá a Prefeitura pague os cerca de 2 milhões de reais, e o Estado também quite a dívida de quase 1,5 milhão. “Resolveram a questão dos anestesiologistas, estamos esperando que paguem aos profissionais, os salários atrasados”, diz o médico.
Cure espera que a situação seja resolvida o mais rápido possível para não ocasionar mais problemas aos pacientes. “Nosso hospital não consegue suportar, vamos ter que transferir pacientes”, afirma.
O médico ressalta que acredita na boa vontade dos secretários municipal e Estadual de Saúde, mas acrescenta que o Centro de Oncologia esperou o máximo possível pelos pagamentos. Ele informa que ontem, 23, em contato com o secretário estadual de Saúde, Ricardo Lagreca, o gestor informou que, dos dois meses em atraso, um será pago. Assim, os serviços de quimio e radioterapia serão mantidos.
Cure Medeiros também esteve reunido com a secretária municipal de Saúde, Leodise Cruz, que afirmou estar tentando agilizar a solução do problema. Ele espera que até amanhã o contrato seja assinado e as atividades normalizadas. Caso isso não aconteça, o COHM terá que interromper os serviços na UTI e no Centro Cirúrgico, já que os médicos não estão recebendo. Os pacientes da UTI terão que ser transferidos para o Hospital Regional Tarcísio Maia e outras unidades que atendam pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“A realidade é que se não resolver, pode fechar o hospital, na parte de internação”, resume o médico, torcendo para que o fechamento possa ser evitado.
Pacientes aguardam solução definitiva do problema
Enquanto a situação não é resolvida, muitos pacientes continuam vivendo a angústia da espera. Antônia Zuíla da Costa aguarda há oito meses para fazer uma cirurgia de histerectomia. Ela conta que fez o exame por conta própria, pagando cerca de R$ 2.600,00 para não esperar muito, mas desde que o exame foi realizado as cirurgias foram suspensas e ela não sabe quando será feita. “Eu estou desorientada. Porque acho que quando for fazer a cirurgia, esse exame não vai valer mais, vou ter que fazer outro e gastei dinheiro à toa”, conta.
Antônia já fez uma cirurgia de mama, há quatro anos, e desde então, realiza exames períodos e acompanhamento médico. Ela também teme que a histerectomia demore e a situação de saúde dela piore neste tempo. “Falei hoje com a atendente com médico e ela disse que não tem nem previsão. Em junho já vai fazer um ano que estou esperando essa cirurgia”, afirma.
Teto financeiro limita cirurgias no Wilson Rosado
A assinatura do contrato com os anestesiologistas também não garante a retomada de todas as cirurgias eletivas no Hospital Wilson Rosado. De acordo com o médico e diretor-geral da unidade, Bernardo Rosado, as cirurgias oncológicas estão sendo realizadas normalmente, já com relação aos outros tipos de cirurgias consideradas de baixa e média complexidade, o diretor informa que o teto financeiro estipulado pela Prefeitura de Mossoró para todos os procedimentos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na unidade hospitalar, incluindo as cirurgias cardíacas, é de R$ 750 mil.
Porém, mesmo sem a realização de procedimentos de baixa e média complexidades, como cirurgias de trauma e histerectomia, por exemplo, a unidade já vem ultrapassando esse teto. “Nós já estamos ultrapassando o teto financeiro estipulado pela Prefeitura”, afirma o diretor, alegando que se a unidade ultrapassar o valor terá que arcar com o excedente. “Nós não temos como ampliar”, diz ele.
Embora o médico afirme que não existam condições para ampliar os procedimentos, na contramão dessa realidade, já existe uma demanda reprimida pelas cirurgias cardíacas. O diretor estima que essa demanda já soma cerca de 100 pacientes. Isso porque o contrato existente entre o SUS e o Wilson Rosado prevê que o hospital realize, no mínimo, 12 cirurgias cardíacas por mês. A unidade realiza uma média de 20 procedimentos, mesmo assim, não supre a demanda existente. Além disso, o teto estipulado para esses procedimentos cardíacos é de R$ 450 mil, que já estão incluídos nos R$ 750 mil destinados ao total de procedimentos realizados pelo SUS.
Segundo Bernardo Rosado, as cirurgias oncológicas estão sendo realizadas normalmente. No entanto, a direção questionará o contrato com os anestesiologistas que prestam serviço ao Wilson Rosado, pois, de acordo com o médico, o documento assinado com os profissionais que realizarão cirurgias no Centro de Oncologia prevê o pagamento de um plus a esses médicos, já os anestesiologistas que atuarão no Wilson Rosado não serão contemplados com esse complemento por parte do município. Ele afirma que o Hospital não faria questão do plus, mas defende que, uma vez pago a alguns, deve ser pago a todos com base no critério da isonomia.
Bernardo Rosado informa ainda que o hospital passará a contar com um novo teto destinado à oncologia, no valor de R$ 290 mil, estipulados pelo Governo Federal. Porém, o médico alega que esse valor é insignificante para procedimentos oncológicos, ainda mais diante da demanda reprimida existente.
A reportagem da GAZETA DO OESTE tentou entrar em contato com a secretária municipal de Saúde, Leodise Cruz, mas foi informada que a mesma estava em uma reunião no Gabinete. De acordo com a assessoria da pasta, o município ainda não foi notificado formalmente sobre a situação.
Já no que diz respeito ao plus contestado pela diretoria do Wilson Rosado, a assessoria alega que a decisão de não receber o plus partiu do próprio hospital.
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